quarta-feira, 15 de julho de 2009

A ÉTICA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO - O sujeito ético, quem é?


Muito se fala e se debate, nos dias de hoje, sobre a ética. Fala-se sobre o comportamento ético e sua importância para a construção de uma sociedade mais humana e justa. Faço aqui uma pergunta, coloco para reflexão, um questionamento: O que existe por traz de tais discursos? Gostaria, pessoalmente de acreditar que as intenções são boas, no entanto, fico preocupado ao perceber que cada dia que passa tais discursos vão se esvaziando.

Nós sabemos, todos temos consciência das dificuldades de se criar um modelo social, onde a ética tome um lugar nas ações de cada membro da sociedade e que, todos tenham a consciência dos valores nela desenvolvidos. Porém, os problemas que devem ser enfrentados por todos nós que fazemos parte da contemporaneidade, que inventamos o contemporãneo, ao discutir sobre a moral, é enfrentar uma série de dificuldades impostas pelas transformações, pelos avanços técno-cientificos e pela aceleração nas mudanças que ocorrem nas sociedades atuais.

Se, nossos valores são nossas escolhas, como criar tais valores de forma á dar aos seres sociais uma vida mais feliz. O individualismo, o narcisismo hedonista, a recusa da razão dominadora, o relativismo moral, são problemas que devem ser enfrentados quando se trata de discutir as questões morais. Comportar-se moralmente tráz, ao homem contemporâneo, grandes preocupações. Saber distinguir sobre o que é o mal e o que é o bem, por exemplo. O sujeito moral, ao se perguntar como deve agir em determinada situação, certamente se aproxima de questões abstratas como: O que é o bem, em que ele consiste? A ação Moral, qual o seu fundamento?

Ao colocar essas questões, estamos entrando no campo da ética, ou seja, estaremos exercitando a reflexão crítica á respeito da experiência dos bons costumes ou de nossos deveres (Deontologia), que tem por finalidade discutir noções e princípios que fundamentam a ação moral.

Nos dias de hoje, a palavra ética quer significar, a ciência que tem como objeto a conduta dos homens, abstração feita á partir dos juízos de apreciação que dirigem a conduta dos seres sociais, ou seja, qualquer hipótese que se adote sobre a origem e a natureza dos princípios da moral. É claro que os juízos de valores que tratam da conduta humana são fatos cujas características cabe determinar, e que o estudo de tais condutas não pode ser substituído pelo estudo das mesmas, porque, o comportamento dos homens nem sempre é conforme seus próprios juízos sobre o valor de seus atos.

Sendo assim, um dos grandes dilemas da Filosofia Moral pode ser resumido nas seguintes questões: Existem ou não valores morais universais, válidos para todos os homens? Como justificar as ações em moralmente corretas ou incorretas, boas ou más?

Na visão dos antigos filósofos, como Platão, a justiça e a virtude centralizavam todo o problema moral. No entanto, o termo virtude tem, em grego, um significado bem mais rico e diferente do que tem para nós hoje. Para eles, a virtude designa a excelência, a perfeição de um ser, em qualquer ser considerado e em qualquer domínio de atividade. E para nós, o que isso significa?.

Olhando para o lado da prática política, podemos perceber, ante os desmandos e oportunismos, tão divulgados na imprensa, que tudo se perdeu no tempo. Toda manchete de jornal, ou noticiário da mídia televisada ou falada, coloca em destaque os escândalos praticados por políticos em todos os setores da vida política do nosso país. No entanto, se olharmos um pouco além, veremos que estes mesmos políticos são os anjos da guarda de outras fontes de corrupção que se espalham silenciosamente por todo o país. Falam dos políticos com mandatos, más não falam dos milhões de sangue-sugas, verdadeiras eminências pardas, que rastejam nas sombras, em busca de favores e vantagens.

Sobre o manto de "líderes" comunitários, se vendem e vendem os eleitores, para esses políticos que devolvem o favor na forma de troca de cargos. Daí, muitos incompetentes, estarem ocupando altos cargos e sendo altamente remunerados, em empresas estatais e autarquias. Enquanto se lambuzam no erário público tais sangue-sugas, profissionais de grande relevância para o crescimento do país, estão esquecidos e cada vez mais desvalorizados. Os professores, para não falarmos de outras profissões de grande importância para o crescimento do país, é uma dessas categorias que estão perdendo seus poderes aquisitivos, com salários achatados e, com isso, perdendo sua própria dignidade. Disse certa vez, em uma conferência sobre educação aqui em São Paulo, um educador espanhol: "Sem futuro é um país, que mantém em estado de pobreza seus professores". E aqui, os professores já não estão em estado de pobreza... Se encontram em estado de miséria.
Professor João Batista Henrique - Teólogo (Doutor em Teologia), Filósofo Educador e Psicopedagogo

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